Um dos eventos mais esperados pelos cafeicultores do estado, o Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (Concafé) se supera a cada ano. Desde sua primeira edição, em 2016, quando surpreendeu especialistas com a qualidade da bebida de um café geralmente utilizado em blends, para preparação de café gourmet, o concurso projetou Rondônia ao patamar de segundo e terceiro colocado no ranking de melhor café robusta brasileiro. Na terceira edição os jovens dominaram a prática e a novidade vem de terras indígenas, onde o café é cultivado de forma orgânica e sustentável.

Valdir Aruá representou o esforço da comunidade indígena.
Valdir Aruá representou o esforço da comunidade indígena.

Os vencedores do 3º Concafé foram conhecidos no dia 21 de setembro, em Cacoal, após classificação em várias etapas, desde o plantio, manejo e colheita até a torra e degustação da bebida. Foram analisadas e classificadas116 amostras de grãos que comprovaram as condições e características exigidas no regulamento do concurso.

Depois dessa etapa, os grãos, transformados em bebidas, foram analisados por especialistas de várias partes do país, em um evento realizado no município de Venda Nova do Imigrante, no estado do Espírito Santo. O resultado final foi conhecido em Cacoal, onde também foi realizado o 2.º Seminário Estadual de Qualidade e Sustentabilidade do Café.

Para surpresa geral, os melhores cafés de Rondônia estão sendo produzidos por jovens. São filhos de cafeicultores que, seguindo o exemplo de seus pais, se mantém na propriedade e pegaram gosto pela cultura. O grande vencedor do Concurso de 2018 foi Dione Mendes Bento, cacoalense de 25 anos, responsável pelo melhor café robusta da Amazônia, que obteve pontuação de 85,31 no seu café e recebeu R$ 12 mil em prêmio.

Dione Mendes Bento, 25 anos, e José Lins Pezin, 1º e 3º colocados no Concafé 2018.
Dione Mendes Bento, 25 anos, e José Lins Pezin, 1º e 3º colocados no Concafé 2018.

O segundo melhor café veio das terras indígenas Rio Branco, de Alta Floresta do Oeste. Valdir Aruá representou o esforço da comunidade indígena na produção de um café produzido com qualidade e sustentabilidade. Como prêmio, levou para casa um prêmio no valor de

R$ 8 mil, mas o prêmio maior foi o reconhecimento de um trabalho que tem por base a tecnificação da produção com respeito ao meio ambiente e às tradições indígenas.

O terceiro lugar foi José Lins Pezin, de Santa Luzia do Oeste, que recebeu a premiação no valor de R$ 5 mil. E o prêmio sustentabilidade ficou com ficou com Ronaldo da Silva Bento, de Cacoal, que vence o concurso pela segunda vez, recebendo o prêmio no valor de R$ 8 mil, se consagrando como o produtor que mais adota práticas sustentáveis na cafeicultura de Rondônia.

Texto: Wania Ressutti
Jornalista – SRTE/DRT/RO-423
Fotos: EMATER-RO
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