Rondônia poderá ter 1ª agroindústria de chocolate artesanal
O sonho é antigo, mas está prestes a se tornar realidade. O financiamento para implantação de uma indústria de chocolate sustentável em Rondônia, no valor de mais de um milhão de reais, foi assinado durante a realização da 6ª Rondônia Rural Show e já, na primeira fase, deverá gerar inicialmente dez empregos diretos na região.
Quando decidiu investir na sustentabilidade, através de práticas agroecológicas em sua propriedade, a Fazendinha, localizada entre os municípios de Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste, Antônio Deusemínio de Almeida já sabia que esse seria o caminho para a realização de seus sonhos. Através do projeto “Rondônia Mais Verde”, ele deu início à recuperação de áreas em processo de degradação com técnicas de manejo como adubação verde na forma de coquetel de leguminosas.
O Projeto Rondônia Mais Verde foi uma ação realizada em parceria entre o Governo do Estado de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e Cooperativa Coopervida, para recuperação de áreas degradadas em sistemas de pastagens mal manejados, utilizando-se de práticas agroecológicas.
De lá para cá, foram muitos investimentos, principalmente em ações de sustentabilidade com estímulo a diversificação da propriedade com plantio de árvores, inclusive cacau, e recuperação de matas ciliares. A propriedade, que já contava com um restaurante regionalizado, virou ponto de turismo, considerada referência no setor de turismo rural local e uma das principais propriedades de manejo sustentável de Rondônia.
Hoje, Deusemínio, servidor da Ceplac por cerca de 30 anos, sua esposa Jacinta Almeida e seus sócios, Gustavo Sartor e Welinton Magela, decidiram dar um passo mais audacioso. Trazer para Rondônia a primeira agroindústria de chocolate artesanal. Segundo Desemínio, a indústria iniciará suas atividades, já empregando dez pessoas, somente na industrialização da matéria prima. “Nossa indústria, além de gerar emprego local, impulsionará a lavoura de cacau com geração indireta de empregos na região”.
O empresário e produtor explica ainda que utilizará reaproveitamento de água, energia solar e resíduos orgânicos, fortalecendo a proposta de sustentabilidade. “Além de nossa produção, pretendemos adquirir matéria prima de outros produtores da região”, explica complementando que conta com o apoio da Emater-RO, da Ceplac e do governo do Estado para investimento na melhoria da qualidade de cacau produzido em Rondônia.
Para tornar o sonho realidade, os sócios contrataram um financiamento, na ordem de R$ 1.412.104,76. O contrato foi assinado durante a 6ª Rondônia Rural Show, onde os visitantes tiveram a oportunidade de degustar o chocolate produzido em Rondônia.