Degusta Rondônia 80+ transforma a cafeicultura indígena e impulsiona a produção de cafés especiais

O primeiro mutirão para prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater) realizado nas Terras Rio Branco, em Alta Floresta do Oeste, gerou grandes perspectivas para os cafeicultores das comunidades indígenas Serrinha, São Luiz e Jatobá. Durante os dias 18 e 19 deste mês, extensionistas da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO) promoveram no local ações integradas às políticas públicas para o desenvolvimento da agricultura familiar. Entre as atividades, destacam-se as oficinas práticas do Programa Degusta Rondônia 80+ para aprimoramento de cafés especiais.
O estado de Rondônia vem se consolidando como um dos maiores polos produtores de cafés especiais do Brasil e muito desse sucesso é resultado do apoio contínuo do governo estadual e das ações executadas pela Emater-RO junto aos cafeicultores tradicionais e das comunidades indígenas. Dentre as principais iniciativas, o programa Degusta Rondônia 80+ se sobressai, promovendo capacitação e aprimoramento das técnicas de cultivo e preparo de cafés finos para os produtores locais.

Um exemplo recente que trouxe impacto positivo dessa ação foi o 1º mutirão de Ater, realizado na Terra Indígena Rio Branco, onde a Emater-RO levou o conhecimento especializado sobre a torra dos grãos e as boas práticas na produção de cafés especiais. Esse evento foi um marco para as comunidades indígenas da região, trazendo novas perspectivas e oportunidades.
Marcelo Lopes, engenheiro agrônomo da Emater-RO responsável por conduzir as oficinas que ofereceu capacitação intensiva sobre torrefação e degustação de cafés, destacou que muitos dos participantes já alcançaram o nível de excelência. “A cada dia, os produtores locais se aprimoram e se destacam como referência no cultivo sustentável de café, inclusive nacionalmente”.
PARTICIPAÇÃO ATIVA DAS MULHERES
Durante o mutirão, as comunidades indígenas de Serrinha, São Luiz e Jatobá receberam uma formação aprofundada sobre os processos de produção, desde a torra artesanal até os detalhes da produção de cafés especiais e as diferenças entre os métodos naturais e fermentados. A capacitação, além de melhorar a qualidade do café produzido, incentivou um olhar mais atento para a valorização de um produto que tem grande potencial comercial.
Outro ponto importante a ser destacado foi o engajamento das mulheres, que não só participaram ativamente, mas também desafiaram as práticas estabelecidas, contribuindo para a inovação no setor. “O engajamento de jovens e mulheres tem sido uma força motriz para o crescimento do programa, ampliando suas perspectivas e contribuindo para a inovação no setor”, enfatiza Luciano Brandão, diretor-presidente da Emater-RO. Essa participação reflete a relevância das políticas públicas no fortalecimento da cafeicultura indígena.

VALOR AGREGADO
O Degusta Rondônia 80+ não se limita apenas ao ensino das técnicas de produção. Além das oficinas, o programa Degusta Rondônia 80+ ajudou a transformar a visão dos produtores sobre as boas práticas de agroindústria, com foco na valorização do café artesanal, ampliando sua competitividade em concursos estaduais e nacionais e no mercado. “A busca por maior valor agregado é uma tendência crescente, especialmente em comunidades como a de Jatobá, onde já se pensa na transformação do café em novos produtos, como cafés gourmet e derivados, abrindo portas para novos mercados”, explica Lopes.
Para o governador Marcos Rocha, o incentivo do governo é essencial para que os cafeicultores continuem a investir em um café de qualidade. Para isso, tem investido em programas como o “Plante Mais”, com distribuição de mudas de qualidade que, com manejo correto oferecido por meio da Emater-RO, garantem a produção e produtividade nas suas lavouras. “Em um estado com grande vocação para a produção agrícola, Rondônia está se consolidando como um polo de excelência no cultivo de cafés e a ação da Emater-RO tem sido fundamental para garantir que o estado continue a crescer na cafeicultura e possa beneficiar as comunidades locais, gerando novas oportunidades e melhorando a qualidade de vida dos produtores.
O sucesso do mutirão de Ater é um exemplo claro do potencial de transformação das comunidades indígenas. Ele demonstra como a assistência técnica qualificada pode gerar um impacto significativo. E com o incentivo contínuo do governo e o aprimoramento das práticas por meio de programas como “Plante Mais” e “Degusta Rondônia 80+”, as comunidades indígenas de Rondônia estão cada vez mais preparadas para não apenas elevar a qualidade de seus cafés, mas também conquistar novos mercados e impulsionar a economia local.”
Texto: Wania Ressutti
Jornalista – MTE-1744/RO
Fotos: Robson Paiva
Repórter fotográfico – MTE-1337/RO
EMATER-RO
