Emater-RO promove ações de desenvolvimento regional sustentável no Vale do Guaporé
Extensionistas da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia ( Emater-RO) estão desenvolvendo junto as comunidades tradicionais do Vale do Guaporé um trabalho de valorização e aproveitamento do potencial produtivo da região. A intenção é dar escala econômica à produção de objetos e alimentos tradicionais, confeccionados com materiais existentes na natureza, como sementes e fibras, usadas na produção de adereços pessoais, e produtos alimentícios usados na culinária tradicional.
As comunidades tradicionais e quilombolas do Vale do Guaporé possuem uma enorme diversidade cultural, que vem sendo transmitida através das gerações, são conhecimentos desenvolvidos pelos povos originários da Amazônia, e outros trazidos pelos colonizadores ou por pessoas escravizadas trazidas da África, perpetuados por seus descendentes. A mistura desses povos deu origem às comunidades que habitam as margens do Rio Guaporé e seus afluentes, bem como à riqueza cultural, material e imaterial, dessa região.
No município de Costa Marques a equipe local da Emater-RO vem realizando diversas atividades entre elas a realização de cursos para produção de adereços pessoais tradicionais confeccionados com materiais extraídos da natureza, introduzindo na prática artesanal algumas técnicas contemporâneas para potencializar a escala de produção, disse Jaqueline Ribeiro Rosa, gerente Regional da Emater-RO, na região do Vale Guaporé.
A culinária regional também é enfatizada em cursos de boas práticas de produção de alimentos, produtos confeccionados com matéria prima da agricultura familiar ou extraídos da natureza, através da coleta na floresta ou da pesca artesanal nos rios e lagos local. O desenvolvimento sustentável da região depende da capacitação da população para atender as demandas do turismo ambiental consciente.
Tradição e sustentabilidade
A sustentabilidade é prioridade, entre os principais produtos tirados da natureza pelos ribeirinhos do Guaporé, estão as sementes, frutos e peixes, como: a Castanha do Brasil (Bertholletia Excelsa), utilizada na culinária e no artesanato, e o Pirarucu (Arapaima Gigas), peixe considerado invasor no Vale do Guaporé, porque até 2014 não havia registro da presença desse animal na região, motivo pelo qual é exigido o manejo da espécie, e o consequente aproveitamento na alimentação.
A capacitação da população nas comunidades tradicionais do Vale do Guaporé pelos extensionistas da Emater-RO já atendeu comunidades desde os distritos de Porto Rolim e Pedras Negras, município de Alta Floresta, até comunidades abaixo da cidade de Costa Marques, área potencial para o turismo da pesca esportiva e contemplação da natureza.
As capacitações são fundamentais para habilitar os ribeirinhos para atender o turismo na região, como disse o governador durante a expoturismo 2024 no inicio de julho, “A troca de conhecimentos e experiências é fundamental para promover o desenvolvimento econômico e preservar os recursos naturais da nossa região” enfatizou o governador Marcos Rocha.
Texto: Enoque de Oliveira
Fotos: Jaqueline Ribeiro Rosa