Com apoio do Governo estadual, inclusão e desenvolvimento transformam comunidades quilombolas no Vale do Guaporé
Assistidos pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO), quilombolas da região do Vale do Guaporé vêm ganhando destaque na produção de alimentos e geração de renda para a comunidades. Inseridos nas políticas públicas de desenvolvimento agrícola e social, os remanescentes do quilombo estão aprendendo a obter uma produção tecnicamente melhorada e agregar valor ao produto através de seu beneficiamento.
Os remanescentes quilombolas são descendentes de escravizados trazido pela ação bandeirante que, no século XVIII, desbravou a floresta amazônica em busca de ouro e pedras preciosas. Hoje, vivem em Rondônia, uma população de 2.926 quilombolas (IBGE, 2022), com destaque para a região do Vale do Guaporé que é a mais populosa, e somente o município de Costa Marques abriga 1.935, o que representa 45,97% dessa população que tem seus ritos, suas culturas, e buscam preservar suas tradições ao mesmo tempo em que inovação e tecnologia chegam para integrá-los a atividade produtiva.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Magnauele Gonçalves Marques, gerente do escritório local da Emater-RO conta que desde 2019 a Emater-RO desenvolve atividades na região quilombola trabalhando com café, hortaliças, frutíferas e mandioca para fabricação de farinha, levando as políticas públicas do governo estadual para desenvolvimento das famílias. “A gente conseguiu mudar a visão da comunidade e pessoas que tinham saído para morar na área urbana da cidade, voltou para o campo”, diz a gerente.
Para a gerente regional do Território Vale do Guaporé, Jaqueline Rosa, a atividade desenvolvida com a comunidade quilombola é diferente. “O importante é que a comunidade evolua, cada um no seu tempo, produzindo o que gosta”, explica Rosa, salientando que a ideia é transformar a comunidade em sustentável para que eles possam produzir para seu consumo e não ter a necessidade de trazer produtos de fora.
INCLUSÃO, PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Além da produção de alimentos, estão sendo trabalhadas junto às comunidades quilombolas Santa fé e Forte Príncipe da Beira, em Costa Marques, e Pedras Negras e Santo Antônio, em São Francisco do Guaporé, atividades de inclusão no desenvolvimento econômico. A castanha é a principal fonte de renda nessa região, junto à farinha, carro-chefe da economia local. As comunidades receberam ainda, mudas de café e de urucum para diversificação da produção. Visando a implementação do turismo, os pescadores são orientados a emitir a carteirinha de pesca, e assim, desenvolver a atividade de pesca esportiva. Também estão sendo realizadas ações de inserção ao crédito rural para aquisição de embarcações, com o intuito de trabalharem com ecoturismo.
O diretor-presidente da Emater-RO, Luciano Brandão, reforçou que os atendimentos que a Emater-RO realiza com os produtores quilombolas tem contribuído na evolução das atividades. ‘‘Nosso objetivo é potencializar ainda mais as boas práticas da agricultura regenerativa sustentável nas comunidades quilombolas”, salientou.
Para o governador Marcos Rocha, é muito importante que as comunidades remanescentes quilombolas sejam ouvidas para serem melhores assistidas por meio das visitas técnicas realizadas pelos extensionistas da Emater-RO. “Queremos ampliar e impulsionar as produções sustentáveis nas comunidades quilombolas para colher resultados cada vez melhores no desenvolvimento e bem-estar econômico e social dessas famílias”, afirmou o governador.
Wania Ressutti
Jornalista – MTE-1744/RO
Fotos: Irene Mendes
Repórter fotográfica – MTE-368/RO
EMATER-RO