I Fórum da Agricultura Indígena mostra potencial das etnias de Rondônia na maior feira de agronegócios do estado
Uma roda de conversa entre etnias indígenas e governo de Rondônia, por meio da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO) trouxe grandes perspectivas para o fortalecimento da produção agrícola e aproveitamento sustentável dos recursos florestais. Realizado durante a Rondônia Rural Show com o objetivo de apresentar as potencialidades produtivas em terras indígenas, o I Fórum da Agricultura Indígena reuniu representantes das etnias Aruá, Amondawa, Paitér Suruí, Gavião e Arara, entre outras, todas de Rondônia.
A roda de conversa foi mediada pelo diretor presidente da Emater-RO, Luciano Brandão que abriu os trabalhos mostrando o exemplo, a força e a garra desses guardiões da floresta que hoje despontam com grande potencial para a produção de café, castanha e mandioca, ente outros. “O governador Marcos Rocha tem determinado à Emater, que é o órgão oficial de assistência técnica e extensão rural do estado, que nossos técnicos atuem junto à essa comunidade levando as políticas públicas de governo e todas as ações para que eles possam ser beneficiados como grandes produtores que são”, disse Brandão.
O governador tem destacado em suas ações a importância da comunidade indígena, tanto que na 10ª edição da Rondônia Rural Show foi disponibilizado um espaço, para que todos os visitantes tivessem a oportunidade de conhecer a cultura e a produção que cada etnia desenvolve em suas aldeias. “Esse público tem um potencial enorme para produção de alimentos e com a assistência técnica da Emater-RO, dentro das comunidades indígenas, acreditamos que todos serão beneficiados, não somente com a produção agrícola, mas também produzindo com sustentabilidade e contribuindo para a preservação do meio ambiente, que hoje é o foco das grandes conversas internacionais”, salienta o governa dor Marcos Rocha.
Mas não é somente a produção agrícola que vem trazendo oportunidade de geração de renda para os povos indígenas. Durante a roda de conversa, foram apresentadas potencialidades como o artesanato, que já é muito procurado por aqueles que visitam o Estado de Rondônia e o lançamento da primeira grife indígena, I S Karo, de iniciativa das mulheres indígenas do povo Arara, que realizaram um desfile de suas roupas trabalhadas no grafismo, para mostrar a pintura como uma de suas atividades culturais.
Outra novidade é o investimento no turismo cultural. Trata-se de uma pousada, batizada de “bangaloca”, localizada dentro do território indígena, onde pretende-se oferecer à sociedade não indígena a oportunidade de conhecer a realidade do povo indígena na comunidade Paitér Suruí. Durante a estadia, as pessoas terão a oportunidade de ouvir a histórias que os povos trazem de seus ancestrais, conhecer a pintura, a alimentação tradicional, a produção sustentável, com direito a passeio pela lavoura de café e todo o trabalho que vem sendo feito de forma sustentável para preservação da floresta.
Como toda comunidade que pensa no futuro, a inclusão de jovens no contexto social é de grande importância, e na aldeia jovens indígenas também vem mostrando o seu potencial. O projeto Açaí, é um projeto de agroindústria, que tem à frente a jovem empreendedora Marcela Aruá. O projeto visa envolver jovens para que eles possam desenvolver trabalhos e ter responsabilidade preservando a floresta e preservando a cultura de seu povo.
Texto: Wania Ressutti
Jornalista – MTE-1744/RO
Fotos: Irene Mendes
Repórter fotográfica – MTE-368/RO
EMATER-RO