Uso correto de agroquímicos visa sustentabilidade e qualidade do café produzido pela agricultura familiar de Rondônia
Extensionistas da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO) participaram de um encontro para nivelamento de informações acerca do programa de sustentabilidade do café. A iniciativa contou com a parceria da Plataforma Global do Café para discutir, de uma forma geral, o uso racional dos agroquímicos, manejo de pragas e tecnologias de aplicação de defensivos agrícolas. A proposta visa dar continuidade às ações de incentivo a uma produção de café com sustentabilidade.
A parceria entre a Emater e a plataforma global vem desde o ano de 2015, quando foi assinado um Termo de Cooperação Técnica entre a autarquia e o Programa Café Sustentável. Nesse mesmo período deu-se início à capacitação técnica para extensionistas que se tornariam os multiplicadores da ação.
Desde então, até os dias atuais houve uma revolução na cafeicultura rondoniense, que mesmo diminuindo a área plantada, aumento a produção com grãos sendo produzidos de forma sustentável e exportando cada vez mais cafés de qualidades. “Isso é fruto do que foi disponibilizado aos técnicos e produtores ao longo dos anos”, diz Fausto Lima Farias de Souza, engenheiro agrônomo da Emater-RO, complementando que o ponto alto dessa guinada foi a IG Matas de Rondônia, indicação geográfica com denominação de origem (DO) para café canéfora sustentável.
Para o governador Marcos Rocha, uma das diretrizes do Estado é incentivar a produção dos grãos, com técnicas modernas de manejo e a Emater-RO tem sido muito importante em fazer chegar até os produtores familiares essas técnicas. “A Emater é um órgão essencial que trabalha para levar conhecimento aos nossos produtores, além de ser responsável por ajudar no desenvolvimento da nossa produção”, disse o governador.
A capacitação técnica para mitigação dos efeitos nocivos dos agroquímicos na cafeicultura foi realizada em ouro Preto do oeste, no Centro de Treinamento da Emater-RO e reuniu técnicos que atuam na área levando assistência técnica aos agricultores familiares de Rondônia. Foram três dias discutindo ferramentas de abordagem mais assertiva para instruir o produtor no combate a pragas e doenças do cafeeiro de forma responsável ambientalmente, gerando mais economia e bem estar à família rural.
A maior dificuldade hoje está nessa aplicação responsável de defensivos. Segundo Fausto, um grande desafio dos produtores da cafeicultura rondoniense de forma geral, é a utilização dos produtos corretos, na dosagem correta recomendada pelo fabricante e a época do dia e do ano para fazer a aplicação do produto. “Desde o início da parceria em 2015, fornecemos ferramentas aos técnicos para fomentar o currículo da Plataforma Global do Café, e desde 2021 estamos realizando treinamentos para viabilizar o produtor a entrada na sustentabilidade da cafeicultura de uma forma mais cirúrgica, explica o engenheiro agrônomo.
O engenheiro agrônomo, Vinicius Figueiredo, o instrutor Luiz Cesar Pio e o especialista em manejo de pragas do cafeeiro, Sérgio Benvenga, da Plataforma Global do Café, trouxeram suas experiências para compartilhar com os extensionistas da Emater-RO. Sérgio ministrou aula prática ajudando os técnicos rondonienses a identificar através dos conhecimentos adquiridos, o reconhecimento de pragas e a melhor época para seu controle e monitoramento. Já, Pio explicou os principais fatores a serem levados em consideração para uma satisfatória aplicação de defensivos.
Vinicius explica que a plataforma global do café é uma associação internacional que trabalha com parceiros de todos os setores da cadeia produtiva do café, com foco em promover a sustentabilidade e melhores condições de vida no campo, tanto para produtores como para trabalhadores. “Para fazer isso a gente trabalha através de iniciativas de ação coletiva que envolve parceiros financiadores e parceiros implementadores”, contou o engenheiro.
O treinamento com os extensionistas da Emater-RO contou com técnicas metodológicas como o aprendizado baseado em problemas, que é uma nova forma de abordagem para lidar com assuntos mais sensíveis para conscientizar os produtores rurais da necessidade de uso da técnica apresentada. Também foram trabalhados a metodologia para uma correta aplicação dos defensivos e o manejo ecológico de pragas.
“O nosso objetivo é que esses técnicos possam se empoderar e ter maior conhecimento para poder levar essa informação para o campo e que os produtores possam melhorar a produtividade, a qualidade do café, além de prezarem mais pela saúde e a segurança na manipulação agroquímicos”, finaliza Vinicius, dizendo que a produção de café sustentável vem sendo bem aceita entre os produtores de Rondônia.
Texto: Wania Ressutti
Jornalista – MTE-1744/RO
Fotos: Irene Mendes
Repórter fotográfica – MTE-368/RO
EMATER-RO
