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                                                                              Uso racional da água em lago natural

Em 22 de março o mundo inteiro comemora o dia mundial da água, data criada pela Organização das Nações Unidas  (ONU ) como um convite a humanidade para refletir sobre esse bem abundante, vital e ao mesmo tempo sensível e frágil, em um planeta em franco desenvolvimento e constante mudança, e que em muitos casos, o povo tem a ilusão de que a água é infinita. Rondônia mesmo estando na Amazônia, um dos lugares do planeta mais privilegiados com a abundância desse bem insubstituível, a população e o governo se preocupa com o uso racional da água.

As bacias hidrográficas do estado de Rondônia possuem um enorme potencial em volume de água capaz de irrigar milhares e milhares de hectares de lavouras, e ao mesmo tempo conservar a capacidade de abastecimento de água para as necessidades básicas da população do Estado.  É para manter esse status que as instituições públicas, responsáveis pelos programas de desenvolvimento econômico ou ambiental desenvolvem atividades educativas de incentivo ao uso racional da água e à conservação do solo.

A agricultura é a atividade econômica que mais precisa da água e é também, a que mais pode contribuir para a sua conservação, é o que diz o engenheiro agrônomo, mestre em irrigação e drenagem, Antonio Ferreira de Sousa Dias, supervisor regional da Entidade Autárquica de Assistência técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO). Segundo ele apesar da abundancia de chuvas em Rondônia, essa precipitação é muito concentrada, pois há um período de baixa precipitação pluviométrica entre os meses de maio e outubro, com variações a depender da microrregião.

No período da estação seca em especial nos meses de julho e agosto é obrigatório que se faça o manejo racional do uso dos recursos hídricos, principalmente em se tratando de agricultura irrigada. É notório o crescimento das áreas de agricultura irrigada no estado, em diversas culturas, mas principalmente na cafeicultura e pastagens, por serem estas as mais consolidadas no estado, mas também tem aumentado a captação de água para irrigar hortaliças e frutíferas.

A princípio os irrigantes não oferecem nenhum risco de desabastecimento nos mananciais, mas “é preciso um cuidado maior nos casos de captação a fio d’água, feita no leito de pequenos cursos d’água, no entanto quando o irrigante dispõe de reservatório para captação, não há nenhum risco”, diz o especialista Dias.

Embora seja um assunto polêmico do ponto de vista ambiental, a solução definitiva para a irrigação no interior de pequenas bacias hidrográficas ainda é a construção de reservatórios, através de barramentos nas propriedades rurais, logicamente que atendendo todos os regulamentos e normativas que o caso requer. A prática se justifica porque chove o suficiente para atender toda a demanda hídrica todos os anos, mas como as chuvas são muito concentradas, há um período de escassez, por isto, faz-se necessário a diminuição da velocidade de escoamento da água. Do contrário rapidamente essa água chega ao oceano sem atender a necessidade daqueles que dela dependem.

Irrigação-por-Aspersão-irene-Mendes-2023
Irrigação de pastagem por aspersão

Paralelamente a construção de reservatórios, os agricultores precisam adotar práticas conservacionistas do solo, como a construção de  terraços agrícolas para evitar o escoamento superficial da água, a chamada enxurrada, que provoca erosão e assoreamento dos mananciais. Além disso, o uso de práticas conservacionistas do solo oportunizam maior infiltração da água das chuvas, proporcionando maior longevidade das nascentes provisórias e maior volume de água nos corpos hídricos permanentes.

Muito se tem falado na conservação e recuperação das matas ciliares, mas é sempre bom reforçar que são elas que melhor protegem os cursos dagua do assoreamento, e não esquecer que as Áreas de preservação Permanentes (APP ) de morros são fundamentais para o abastecimento do lençol freático nos Vales que é quem de fato abastece as nascentes e corpos hídricos de superfície. Os morros florestados funcionam como caixas d’água para garantir o abastecimento do lençol freático.

Embora Rondônia esteja na Amazônia, uma das regiões do mundo melhor provida de água doce do mundo, a população precisa saber que a água é um bem finito e que já está faltando em diversas partes do globo terrestre. O governador de Rondônia Coronel Marcos Rocha tem demonstrado seu respeito com a questão ambiental, inclusive participou dos eventos das duas últimas  conferencias do clima realizadas pela ONU, na Escócia e no Egito respectivamente e tem destacado em suas falas a importância do estado avançar no uso das boas práticas de proteção do meio ambiente.

texto: Enoque de Oliveira
Fotos: Irene Mendes e Robson Paiva

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