Agropecuária e agricultura continuam crescendo em 2020 e superam produções dos anos anteriores em Rondônia
O ano de 2020 com certeza foi atípico, mas se engana quem diz que este é um ano para ser esquecido. Neste ano, as conquistas do povo e do estado de Rondônia têm sido tão importantes quanto as dos anos anteriores, apesar da pandemia, especialmente quando se fala do setor produtivo rural, carro chefe da economia local. A produção de grãos cresceu e superou a dos anos anteriores, e não foi somente a soja, o café também cresceu e, melhor, passou a apresentar uma qualidade nunca vista antes, prova disto são as premiações no Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café (Concafé) realizada em novembro, com cerca de R$ 300.000,00 em prêmios, além dos pecuaristas, que também estão satisfeitos com os valores recebidos pela carne e o leite neste ano.
Para os produtores de grãos, os ganhos foram puxados pela demanda de exportação de soja e milho, elevando os preços dessas commodities a valores nunca pensados. O milho, na segunda semana de novembro, já batia na casa dos R$ 60,00 a saca de 60 quilos, preço pago ao produtor e a soja alcançou R$ 132,00 por saca. Todo esse aumento nos preços dos grãos, animou os agricultores, mas por outro lado, pode se pensar que isso afeta diretamente outro grupo de produtores, igualmente importantes para o desenvolvimento econômico do estado, os produtores de proteína animal, nas diversas cadeias como: carne, leite, frango, ovos e produção de peixes, impactados com o aumento do custo da ração, que leva milho e farelo de soja.
Uma análise simples pode concluir que os ganhos dos produtores de proteína animal se anulariam, já que os ganhos do grupo dos produtores de grãos prejudicariam o seu desempenho e, por consequência, todo o conjunto da economia do estado, não haveria vantagens. O engano, no entanto, não demora a ser percebido quando se observa que os preços desses produtos também estão sendo puxados pela exportação e sua cotação em dólares, fazendo pressão nos preços do consumo interno, em busca do equilíbrio econômico.
VALORIZAÇÃO ECONÔMICA
Para quem não lembra, na segunda semana de novembro de 2019, os produtores reclamavam dos preços pagos nos laticínios, pelo litro de leite in natura, que girava em torno de 90 centavos de real. Neste ano, em período equivalente, os laticínios já pagavam R$ 1,90 por litro de leite, valores facilmente observados na pesquisa semanal de preços realizada pela Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater-RO) e divulgada nos grandes veículos de comunicação.
A arroba do boi começou o ano de 2020 girando em torno de R$ 155,00. No decorrer do ano evoluiu chegando, em novembro, a R$ 250,00 nas principais praças do Estado, e não se trata de um fenômeno isolado para a pecuária. Os resultados na remuneração do produtor aparecem em todas as cadeias produtivas, mas não sem uma ajuda do estado – que possui programas de incentivo à produção, criados pela Secretária de Estado da Agricultura (Seagri) e executados através do serviço de assistência técnica da Emater-RO.
Este ano o governo de Rondônia viabilizou a aquisição de milhares de toneladas de calcário aos produtores rurais, com subsídio do frete, item que representa a maior parte do custo de correção da acidez do solo, através da calagem. Para se ter uma ideia, vamos tomar como exemplo um produtor de Porto Velho que queira comprar 30 toneladas de calcário, carga de uma carreta. Ele vai pagar em média 60 reais por tonelada, e pelo frete deverá pagar no mínimo 100 reais por tonelada. Nessas condições, a produção fica proibitiva para pequenos produtores familiares, o que motivou a Seagri a criar o Programa Mais Calcário. Esse programa é custeado com recursos do fundo Proleite, que oferece gratuitamente o frete do calcário para os produtores rurais cadastrados, que tenham feito análise do solo e que comprem o calcário. Este ano, somente para o município de Nova Mamoré, foi disponibilizado recurso para transporte de mais de duas mil toneladas de calcário, com frete gratuito para agricultores familiares.
Em outra frente, os deputados estaduais, e alguns federais, viabilizaram recursos, através de emendas parlamentares, para atender associações rurais com aquisição de máquinas e equipamentos, essenciais para a modernização da produção rural. O dinheiro das emendas dos deputados foi destinado para compra de tratores de pneus, enciladeiras, vagões distribuidores de calcário e adubo, pás, carretas basculantes e outros equipamentos de engate em tratores de pneus.
Com um trabalho bem coordenado pelo governo estadual, e o ânimo elevado dos produtores rurais, os resultados da produção agrícola em Rondônia não poderia ser diferente do que apresentou o relatório do Levantamento Sistemático da Produção Agropecuária (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês de outubro deste ano, que mostra crescimento de 15% para a cultura do milho, 12% para a soja e 4,7% na cultura do café. Os resultados não deixam dúvidas, a pandemia trouxe muitas consequências para a sociedade, mas não parou o crescimento da agropecuária rondoniense.