Intercâmbio entre Brasil e Colômbia terá projeto de Rondônia assistido pela Emater-RO
Um projeto de cooperação trilateral firmado entre o Brasil, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e a Colômbia vai levar experiências da agricultura brasileiras para que famílias rurais colombianas possam se reestabelecerem e produzirem seus alimentos. Dois projetos de Rondônia estão entre os escolhidos, são eles café, do produtor rural de Cacoal Ronaldo Bento, referência na produção de café com sustentabilidade, e Cacau, do produtor rural Deoclides Pires, de Jaru, que iniciou sua plantação em 2017 e hoje já possui uma pequena fábrica de chocolate.
Segundo informações da Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) o projeto de cooperação trilateral busca trocar experiências com as boas práticas brasileiros a com a finalidade de ajudar o desenvolvimento da agricultura familiar colombiana. Coordenado pela parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação, Secretaria Familiar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (SAF/MAPA), Ministério de Agricultutra y Desarollo Rural Colômbia (MADR) e FAO, esse projeto vem sendo negociado desde 2006 no âmbito do acordo de paz instituído pela Colômbia. A proposta visa estimular a produtividade agropecuária nas regiões afetadas pelo conflito e pobreza e a Colômbia está entre os cinco países prioritários que necessita de intervenções e soluções mais urgentes.
CASOS DE SUCESSO
Os casos de Rondônia que contribuirão com essa ação são casos conhecidos que vem se superando a cada dia. O primeiro deles é o caso do cafeicultor Ronaldo da Silva Bento e de seu irmão Romilton Bento da Silva. Filhos de produtor, moradores de Cacoal, estão na atividade há mais de 25 anos. Iniciaram sua lavoura com plantio de café seminal e, em 2013, por orientação de extensionistas da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater-RO) fez a substituição plantando mudas de café clonal robusta. “Hoje toda lavoura de café da propriedade é proveniente de plantas clonais com produtividade média de 108 sacas/ha”, diz o gerente do escritório da Emater em Cacoal, Josué Raimundo da Silva.
A família Bento produziu em 2019, 600 sacas em 5,5 há e, com o foco na sustentabilidade, foi orientada pela Emater-RO e por meio da Plataforma Global do Café e do Currículo de Sustentabilidade do Café, a adotar práticas sustentáveis, que refletiram no aumento de produção, produtividade e melhoria na qualidade dos cafés. Essa mudança levou a família a ser premiada por três anos no Concurso de Qualidade e Produtividade do Café de Rondônia (Concafé), como a propriedade que melhor executa os indicadores de sustentabilidade na produção de café.
O segundo caso é o do produtor rural Deoclides Pires, morador na linha 603 km 03, no município de Jaru-RO. Com uma propriedade rural de 14 ha explorou, a princípio, a atividade pecuária. Em 2017, ao tomar conhecimento da tecnologia por meio do uso de mudas clonais que estava sendo difundida em Rondônia, deu início à implantação de uma lavoura de cacau. Como a área escolhida para a implantação da lavoura era uma pastagem que apresentava alto grau de degradação, necessitou de ajuda técnica e, orientado pela Emater-RO, foram trabalhando a área e o manejo até encontrarem a melhor forma de produção para aquela área. “A princípio foi utilizada a banana consorciada ao cacau que, além de propiciar sombreamento, proporcionou ao produtor uma produção de 10 toneladas após os dois primeiros anos. Satisfeito com o bom desenvolvimento da lavoura, em 2018 ele plantou mais 1.400 mudas do clone PS1319”, explica o extensionista rural da Emater de Jaru, Francisco Hildemburg Costa Bezerra.
Hoje, com a predominância total de mão de obra familiar, Deoclides uma alternativa para u aumento de sua renda familiar. Incentivado pelos serviços de assistência técnica e extensão rural da Emater-RO a família está alçando voos maiores e iniciaram, de forma artesanal, uma pequena produção de chocolate. O chocolate é produzido com 60% e 70%, utilizando açúcar mascavo, e tem boa aceitação no mercado o que motivou a família a iniciar uma agroindústria que se encontra em fase de construção.
Texto: Wania Ressutti
Jornalista – MTE-1744/RO
Fotos: EMATER-RO
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