Agricultores apresentam as carências rurais em encontro com o governo
Representantes de organizações de agricultores familiares de Porto Velho, se reúnem no Teatro Banzeiros, nesta quinta 07 de fevereiro, para apresentar aos órgãos do governo suas demandas por serviços públicos, e programas oficiais de incentivo a produção rural.
O encontro foi organizado pelas secretarias de agricultura do estado e do município juntamente com Emater-RO e a Organização das cooperativas do Brasil (OCB) em Rondônia. O encontro tem o objetivo de ouvir as lideranças dos produtores rurais para adequar o planejamento das instituições públicas no que tange a melhoria da infraestrura, assistência técnica e fomento a produção rural.
Participam do encontro presidentes e diretores de cooperativas e associações de produtores de todos os distritos, desde os mais distantes como Extrema, Rio Pardo e os do Baixo Madeira, Cuniã, Nazaré, Tira Fogo e Outros. O presidente da Emater-RO Luciano Brandão, em sua fala na abertura do encontro falou da importância de se ter um diagnóstico rural feito diretamente pelos lideres das associações e cooperativas dos produtores, que segundo ele será fundamental para readequar o planejamento das ações de assistência técnica e extensão rural.
A principal dificuldade apresentada pelos agricultores participantes do encontro foi a precariedade das estradas rurais, ponto abortado já na abertura do evento pelo secretário municipal de agricultura que informou sobre a malha viária do município, composta de 7mil KM de estradas rurais, deste total, são reformados por ano apenas 3 mil. Tendo apresentado estes dados o secretário de imediato solicitou ajuda do vice governador, Jose Jordan, presente à mesa, para conseguir junto ao Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) a recuperação dos 4 mil km de estradas vicinais da capital não atendidos pela Semagric.
Nos distritos do Baixo Madeira as dificuldades são outras porque o transporte é fluvial, mas não menos difícil, já que um dos principais produtos trabalhados por eles é o açaí, um produto perecível, diz dona Marivania dos Reis, presidente da Associação dos Produtores de Tira Fogo (Asprotigo). Nas comunidades do Baixo Madeira a atividade principal é o extrativismo de coleta da Castanha do Brasil, do Açaí e a pesca artesanal.
Os produtores ribeirinhos reivindicaram além do transporte, apoio a produção que segundo eles, ficou comprometida desde a grande cheia do Madeira em 2014, a enchente destruiu todos os cultivos perenes que até agora não foi possível recuperar, nem mesmo cultivos de ciclos mais curtos como o plantio de banana, reclamam.
Todas as reivindicações apresentadas foram reunidas em uma única pasta para análise dos organizadores do evento, que irão agrupar os pedidos por temáticas e áreas geográficas, para posterior distribuição aos órgãos públicos responsáveis pelos serviços requeridos, disse o coordenador do encontro Victor Paiva.