Piscicultura e oportunidade
O ministério da agricultura suspendeu a venda de pescado brasileiro para a União Européia a partir do dia 3 de janeiro de 2018, trata-se de uma medida de proteção desse mercado, que corria o risco de ser fechado por decisão unilateral do órgão sanitário daquele bloco econômico.
Na ultima visita sanitária dos europeus aqui no Brasil, em setembro de 2017, foi constado que algumas indústrias de processamento de pescado e um percentual importante das embarcações pesqueiras brasileiras estavam operando em desconformidade com os protocolos estabelecidos para a produção e processamento do pescado destinado a exportação para a união européia, e para evitar maiores prejuízos nesse mercado o MAPA decidiu suspender a venda, e implementar ações de implantação das medidas recomendadas pelos auditores da missão européia.
A medida que a principio pode parecer ruim, na verdade apresenta vários pontos positivos para o caso particular de Rondônia, só tem vantagens, porque além de corrigir imperfeições no sistema e adequar a infra-estrutura de produção, o ministério também está solicitando dos europeus o reconhecimento da diferença entre peixes de piscicultura e o produto de captura na natureza.
O reconhecimento da separação entre os sistemas de produção de peixes em piscicultura e o conseguido através da captura na natureza é muito importante, porque são matrizes totalmente diferentes, o que pede normas e exigências sanitárias também diferentes, e até agora os europeus tratam de maneira igualitária, muito embora os riscos e contaminantes não sejam os mesmos, para os produtos da aqüicultura e de captura.
Rondônia ainda não é um estado exportador para a União Européia, mas é fundamental que se prepare adote as normas rigorosas exigidas pelo bloco europeu, porque não só pode habilitar a produção do estado para o mercado consumidor mais importante, como pode dá status de excelência ao produto rondoniense, facilitando a entrada em qualquer outro grande mercado consumidor.
O momento é para aproveitar o debate sobre a sanidade e controle de riscos da produção pesqueira e implantar protocolos seguros de produção e processamento para garantir participação rondoniense nas exportações brasileiras, já que Rondônia detém a vice liderança na produção de peixes de aqüicultura no Brasil.
texto Enoque de Oliveira
fotos Irene Mendes