Dia Especial mostra potencialidade da piscicultura em Espigão do Oeste
A potencialidade de Espigão do Oeste para criação de peixes tem incentivado agricultores da região a investir nessa cultura. Visando promover a troca de experiências e repassar técnicas adequadas para o cultivo na região, a Emater-RO realizou, na propriedade do produtor Sérgio Barszcz, localizada no quilômetro 13 da Linha Canelinha, um Dia Especial sobre Piscicultura.
Desde 2011 o município de Espigão do Oeste tem mostrado interesse na atividade piscícola e com assistência da Emater-RO tem buscado caminhos para o desenvolvimento de ações voltadas à atividade. “A Emater acompanha e monitora esses trabalhos nas propriedades fazendo desde o levantamento topográfico da área, escolha da área, viabilidade econômica e disponibilidade de água, organizando a documentação da propriedade rural e atuando na regularização de licenciamento da atividade e outorga da água nos casos necessários conforme demanda e peculiaridade em acordo a legislação ambiental vigente, na área técnica-produtiva”, explica a extensionista Índia Gattass Monteiro Reverdito, da Emater/Espigão do Oeste.
Ainda com a assistência da Emater-RO os produtores são orientados sobre a aquisição de alevinos de maneira coletiva e com qualidade de piscigranjas regularizadas, coleta de água para analise laboratorial, orientação sobre qualidade da água, densidade, arraçoamento e qualidade nutritiva da ração conforme a categoria e/ou fase animal. Através do Programa de Fortalecimento da Atividade de Piscicultura, do governo de Rondônia, são disponibilizados aos piscicultores, até 50 horas máquinas para abertura de tanques e ampliação de área de piscicultura. “Com esses incentivos o município conta hoje, com uma produção em média de 11 toneladas de pescado/hectare por lâmina d’água”, afirma a extensionista.
COMERCIALIZAÇÃO
Com o crescimento da atividade na região, sentiu-se a necessidade de criar uma entidade capaz de atuar em defesa aos interesses sociais, econômicos e ambientais dos piscicultores. Assim foi criada a Aspeo, que conta hoje com 91 associados.
A entidade também tem contribuído para a comercialização da produção. O pescado produzido está sendo comercializado na região e muitos piscicultores já estão inseridos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Somente neste ano de 2016 foram comercializadas através do PAA com distribuição às entidades filantrópicas, 6,5 toneladas de pescado. Com incentivo do PNAE, das escolas existentes no município introduziram a polpa de peixe na merenda escolar com cardápio variado como: macarronada, risoto, escondidinho de pescado e tortas entre outros pratos.
O pescado de Espigão do Oeste e região também passa pela agroindústria. Pelo menos uma vez por semana, a polpa de peixe consumida é produzida na Piscicultura e Agroindústria Pirarucu, de propriedade de Edio Aparecido Barbosa, localizada no quilômetro 14 da Linha Pacarana. A agroindústria também recebeu incentivo do governo estadual, através do Programa de Verticalização da Pequena Produção Agrícola (Prove), e já conta com o selo de inspeção municipal (SIM).
A comercialização para outras localidades ainda é bastante incipiente devido fatores limitantes de escoamento de produção e comercialização. O extensionista da Emater-RO, Erick Silva Nogueira, relata que “a piscicultura no município tem apresentado resultados e desenvolvido bem, mas ainda pode ser melhorada, principalmente no que se refere à comercialização”. Ainda segundo ele, faz-se necessário dispor de melhoria na fábrica de gelo existente na região e implantar um entreposto de pescado ou um frigorífico de pequeno porte para atender a demanda dos piscicultores e possibilita o escoamento da produção regional para outros estados.
O evento foi realizado em parceria com a Associação Rural dos Piscicultores de Espigão do Oeste (Aspeo), Idaron, Banco da Amazônia e Agronorte/Nutrizon e contou com a participação de 60 piscicultores da região. Durante as atividades foram realizadas palestras sobre sanidade de animais aquáticos, linhas de crédito rural voltadas para atividade de piscicultura, nutrição e qualidade de ração, políticas públicas e legislação ambiental vigente.